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Nova fachada do Teatro Carmen Fossari, inaugurada nesta quinta-feira, 30 de junho. (Foto: João Eduardo Cardoso Pinheiro)

O Teatro Carmen Fossari, anteriormente conhecido como Teatro da UFSC, ou Teatro Igrejinha, recebeu, na quinta-feira 30 de junho, o letreiro com o nome da servidora técnico-administrativa, atriz, dramaturga e poetisa que fez daquele local a sua casa durante tantos anos. Fossari, falecida em 2021, hoje é homenageada com o nome do Teatro da UFSC, em um grande letreiro na fachada do edifício, inaugurado nesta quinta-feira, dia 30 de junho, em uma cerimônia para mais uma vez lembrar seu talento e sua vida.

Reuniram-se no Teatro familiares, amigos e colegas de trabalho de Carmen, e foram recebidos com uma breve exposição de alguns trabalhos da artista e falas em sua homenagem.

A vice-reitora Cátia Carvalho Pinto lembrou que assim que foi noticiado o falecimento de Carmen, o reitor Ubaldo Cesar Balthazar sugeriu à SeCArte que renomeasse o Teatro com o nome de Carmen Fossari. Ela faleceu em 18 de abril, e o Conselho Universitário da UFSC aprovou a nova nomenclatura do local no dia 27 do mesmo mês. “Sua presença nos faz falta como comunidade, mas fica o seu legado, que será sempre lembrado”, pontuou Cátia.

(Foto: Edna Schumacker)

A secretária de Cultura e Arte da UFSC, Maria de Lourdes Alves Borges, ressaltou que esse era um dia alegre e triste ao mesmo tempo. “Estamos alegres por fazer essa homenagem hoje. Eu sempre me impressionava com a energia da Carmen, a forma que ela nos dava energia para seguir. Hoje estarmos aqui para formalizar esse batismo deste teatro, com o nome dela, nos traz alegria. Mas traz também tristeza, porque temos muita saudade dela. A arte dela permanece, aqui é quase um santuário da Carmen, seus sonhos, suas forças, sua energia”, salientou a secretária.

“Todas as homenagens que vierem a ser feitas para a Carmen, serão poucas”, disse o diretor do Departamento Artístico-Cultural (DAC), Zeca Pires. “Hoje cravamos o nome dela neste teatro, que existe em função do seu trabalho e de sua luta”. A breve solenidade no Teatro representou, para Zeca, uma “cerimônia singela, mas tocante para todos nós que convivemos com a Carmen”.

Após as falas, os presentes foram convidados a subir ao palco, onde havia uma breve exposição. “Uma pequena amostra da produção da Carmen, que foi enorme”, disse Ivana Fossari, irmã de Carmen.

Uma nova reforma do Teatro foi mencionada nas falas durante a cerimônia. A reforma e readequação do conjunto arquitetônico do DAC (Igrejinha, Teatro e Casa do Divino) está em andamento.

Carmen Fossari

Carmen Fossari. Foto: Divulgação

Nascida no ano de 1954, Fossari foi servidora da UFSC desde 1979, com extensa contribuição na pesquisa e extensão. Concluiu mestrado em Literatura (1982) e doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento (2018). Em sua carreira na Universidade, foi diretora de espetáculos do Departamento Artístico Cultural  da Secretaria de Cultura e Arte. Coordenou e foi professora da Oficina Permanente de Teatro da UFSC, além de fundar e dirigir o Grupo de Pesquisa Teatro Novo.

No currículo, Carmen dirigiu mais de 70 espetáculos, com obras de Jean Batiste Poquelin de Mollière, William Shakespeare, Bertolt Brecht, Federico Garcia Lorca, Guillaumme Apolinaire, Dias Gomes, August Strindberg, Eugene Ionesco, Luigi Pirandello, em diversos gêneros. Adaptou obras de escritores catarinenses para teatro: Flávio José Cardoso, Almiro Caldeira de Andrade, Franklin Cascaes, Argus Cirino, Raul Caldas Filho, Lindolfo Bell, Cruz e Sousa, Fábio Brugmann, com textos de sua autoria e também de outros dramaturgos catarinenses.

Os espetáculos dirigidos e produzidos por ela foram apresentados, além de Santa Catarina, em diversos estados brasileiros e em países como Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, México, Porto Rico e Portugal. Carmen faleceu aos 66 anos no dia 18 de abril 2021.

Características do Teatro

Com 108 lugares e equipamentos cênicos, o Teatro Carmen Fossari, ao lado da Igrejinha, é usado, preferencialmente, para atividades de teatro. No fim da década de 1980 e meados dos anos 1990, o teatro recebeu algumas reformas estruturais, como a ampliação do palco, inclinação da plateia com rampas para acesso de deficientes e a troca da cobertura.

Desde 2005, outras benfeitorias vêm sendo realizadas gradativamente no teatro, como a instalação de novas poltronas na plateia, pintura interna, troca de carpet e do piso dos camarins, que em 2008 receberam novas bancadas com espelhos. As cortinas foram trocadas e foram adquiridos novos refletores para o palco. A plateia do Teatro é climatizada.

O conjunto da Igrejinha da UFSC, que abriga o Teatro, o auditório da Igrejinha e outros espaços administrativos e de oficinas, é formado por edifícios históricos que fazem parte da paisagem cultural do bairro da Trindade.

Fonte: Agecom/UFSC

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