12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos em Florianópolis

12/11/2018 11:00

Convite sessão especial de abertura.

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais, em dignidade e direitos”, proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu artigo de abertura. Marco para a proteção universal dos direitos humanos, a declaração, que em 10 de dezembro de 2018 completa 70 anos, será o tema da 12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos. Florianópolis recebe o evento entre os dias 20 de novembro e 14 de dezembro em espaços culturais, escolas, sindicatos e órgãos públicos. A mostra acontece nas 26 capitais do país e no Distrito Federal e a programação é totalmente gratuita.

Ao todo, serão exibidos 40 filmes, divididos em 4 mostras: Temática, Panorama, Mostrinha, dedicada ao público infanto-juvenil, e Homenagem, que celebra a carreira do ator e diretor Milton Gonçalves. A mostra é uma iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), com realização do Instituto Cultura em Movimento (ICEM).

Os filmes abordam as diversas temáticas dos Direitos Humanos, como memória e verdade, questões de gênero, população negra, população indígena, população LGBT, imigrantes, direito das pessoas com deficiência, direito da criança, direito dos idosos, direito da mulher, direito à saúde, direito à educação, diversidade religiosa e meio ambiente.  Para permitir a acessibilidade, todas as sessões contam com closed caption, e em sessões selecionadas haverá áudio descrição e Libras. Os espaços onde ocorrem as exibições também possuem estrutura acessível para receber os diferentes públicos, além de contar com a programação em Braille para consulta.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu em 1948 como um grito de liberdade e clamor por respeito, contra o fascismo e as milhões de mortes da 2ª Guerra Mundial. Parte do documento foi incorporado aos textos constitucionais dos países, incluindo a Constituição Federal de 1988.

A mostra conta com um produtor local em cada capital e ele é o responsável, em sua localidade, pela exibição dos filmes e promoção de debates após as sessões. Todos eles se reuniram com os curadores da Mostra em um hotel em Brasília, entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro, quando foram capacitados para realizar os eventos em suas cidades. Em Florianópolis quem promove a Mostra é a Lume produções, que tem como representantes Luiza Lins e Ana Lúcia Fernandes.

“Há um desconhecimento sobre o que são os direitos humanos. Na mostra, o cinema é a ponte para que as pessoas possam compreender um pouco mais sobre as garantias universais que nos definem como seres humanos e que são parte de um processo civilizatório pautado por consensos mínimos. Garantia da segurança alimentar, diversidade religiosa e cidadania LGBT são algumas das conquistas estabelecidas nos 30 artigos deste texto que nos orienta sobre o ideal de sociedade”, afirma Luiza Lins, produtora local da mostra em Florianópolis.

Segundo a Diretora de Promoção e Educação em Direitos Humanos do MDH, Juciara Rodrigues, a Mostra promove ações públicas que transcendem governos, por isso já está em sua 12ª edição. “Trata-se de uma revolução silenciosa e maravilhosa. Vai até as pessoas para mostrar a elas a importância de ser cidadão e do respeito ao próximo. Leva educação amorosa e libertária, para que possam refletir qual o nosso papel no mundo. É uma forma de lutar e resistir a qualquer tipo de opressão, de objeção em relação ao exercício da nossa cidadania e direitos”, diz Juciara.

Com mais de 70 filmes no cinema, o ator e diretor Milton Gonçalves é o homenageado desta edição. Presente nas telas e palcos desde a década de 50, participou da história da televisão, do teatro e do cinema brasileiros. Sua versatilidade dramática e seu talento venceram as barreiras que normalmente são impostas aos artistas negros no país.

“Sua atuação no cenário político e sua militância pelos Direitos Humanos e contra o racismo o tornam um desses artistas cuja trajetória precisa ser registrada e cuja história deve ser contada para os jovens. Milton Gonçalves soube como poucos manter um rigor artístico e, ao mesmo tempo, uma atuação e coerência política”, diz a diretora do ICEM Luciana Boal. “Com a proximidade de seus 85 anos de vida, em 2018, é fundamental conhecer o homem, marido, pai, político, ator e diretor Milton Gonçalves”, completa.

Informações: mostracinemaedireitoshumanos.sdh.gov.br