Secretária de Cultura, Arte e Esporte da UFSC é agraciada com a Medalha Cruz e Souza

04/11/2022 10:28

Professora Eliane Debus. Foto: divulgação SeCArtE

A Secretária de Cultura, Arte e Esporte da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professora Eliane Debus foi agraciada com a Comenda do Mérito Cultural Cruz e Souza 2022. Concedida polo Conselho Estadual de Cultura (CEC), a Medalha Cruz e Souza é a maior honraria do setor cultural no estado de Santa Catarina, conferida a pessoas que tenham contribuído de modo eficaz para o enriquecimento artístico, histórico e/ou cultural do Estado. O processo de escolha passou por uma consulta popular pela internet e, depois, houve validação dos vencedores pelo CEC.

A entrega da Medalha será realizada em solenidade no dia 24 de novembro, data de aniversário do poeta simbolista, às 19h, no Palácio Cruz e Souza, Museu Histórico de Santa Catarina, localizado na praça XV de Novembro, 277 – Centro em Florianópolis – SC.

Atualmente à frente da Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (SeCArtE), Eliane Debus possui graduação em Letras Licenciatura Português e Inglês, mestrado em Literatura pela UFSC, doutorado em Linguística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS). Na UFSC, é docente nos Programas de Pós-Graduação em Educação e em Estudos da Tradução. É líder do Literalise: Grupo de pesquisa em literatura Infantil e juvenil e práticas de mediação literária, membro integrante dos grupos de pesquisa A narrativa ficcional para crianças e jovens: teorias e práticas Culturais para crianças e Produções Culturais para crianças.

Como pesquisadora da área de literatura infantil e juvenil, tem vários artigos publicados em revistas nacionais e internacionais, além de livros, como: Monteiro Lobato e o leitor, esse conhecido (2004); Festaria de brincança: a leitura literária na Educação Infantil (2006); A literatura infantil e juvenil de língua portuguesa: leituras do Brasil e d’além mar (2008); Literatura infantil e juvenil: leituras, análises e reflexões (2010); Literatura infantil e juvenil – do literário a outras manifestações estéticas (2016); A temática da cultura africana e afro-brasileira na literatura para crianças e jovens (2017); Poesia (cabe) na escola: por uma educação poética (2018); e A produção literária de Rogério Andrade Barbosa: da temática africana e afrobrasileira a outros temas (2018).

Agraciados com a Medalha Cruz e Sousa 2022:

Carlos Antônio Falcão Cavalcanti Lins
Edsoul (Edson Amaral)
Eliane Debus (Eliane Santana Dias Debus)
Mapi Cravo (Maria Aparecida Cravo Silveira)
Robson Benta
Sérgio Adriano H (Sérgio Adriano Dias Luiz)
Fritz Müller (Johann Friedrich Theodor Müller) – in memoriam
Sociedade Beneficente Kênia Clube – pessoa jurídica

Medalha de Mérito Cultural “Cruz e Sousa”

Medalha Cruz e Souza. Foto: divulgação FCC

Criada pelo Decreto nº 4.892, de 17 de outubro de 1994, a Medalha de Mérito Cultural “Cruz e Sousa” é conferida aos autores de obras literárias, artísticas, educacionais ou científicas relativas ao Estado de Santa Catarina e reconhecidas como de real valor, ou a quem tenha contribuído por outros meios e de modo eficaz para o enriquecimento ou a defesa do patrimônio artístico e cultural do Estado.A Medalha é concedida anualmente, de preferência na data de aniversário do seu patrono.

Descrição heráldica

A Medalha terá formato oval, com 3 por 4 cm, com a esfinge do patrono em dourado, montada sobre cruz de malta com 5 cm, esmaltada nas cores vermelha e verde no sentido convergente, tendo no verso sua denominação em relevo com número de decreto que a instituiu. Todo o conjunto penderá por argola, fita em gorgurão, nas cores verde, branca e vermelha, com 5 cm de comprimento e 3 cm de largura.

Cruz e Souza

João da Cruz e Sousa nasceu na antiga Desterro, em 24 de novembro de 1861, filho de escravos alforriados. Criado no solar dos que foram senhores de seus pais, recebeu, em 1874, uma bolsa de estudo para o Ateneu Catarinense. Desde cedo voltado para a literatura, fundou com os amigos Virgílio Várzea e Santos Lostada o jornalzinho “Colombo” e mais tarde “Tribuna Popular”. Dirigiu o semanário “Moleque”. em 1881, viajou ao norte, como ponto da companhia dramática Julieta dos Santos, lá voltando em 1883, quando recebeu homenagens de grupos abolicionistas.

Em 1885, com Virgílio Várzea, publicou o livro “tropos e fantasias”. Em 1887, foi tentar a vida no Rio de Janeiro, mas pouco depois voltou, sem sucesso. Nova tentativa em 1889. Conseguiu emprego e passou a colaborar em jornais e revistas, fazendo-se o grande líder e a maior expressão do movimento Simbolista. Lançou, em 1893, os livros “Missal e Broquéis”; nesse mesmo ano casou com Gavita e foi nomeado arquivista na Central do Brasil.

Atingido pela tuberculose, buscou tratamento em Sítio, Minas Gerais, mas lá faleceu, em 19 de março de 1898. O corpo foi despachado para o Rio de Janeiro num vagão de trem para transporte de gado e enterrado no cemitério de São Francisco Xavier. Ainda em 1898, após sua morte, foi publicado o livro “Evocações”. Em 1900, saiu a coletânea “Faróis”. Gavita morreu em 1901, também de tuberculose, mal do qual acabaram morrendo três filhos do casal. Em 1905, foi editado em Paris o livro “Últimos Sonetos”.

No dia 26 de novembro de 2007 seus restos mortais foram trasladados para Florianópolis, onde permanecem depositados numa urna exposta à visitação no Museu Histórico de Santa Catarina. Nos jardins do palácio que leva o nome do poeta será construído um memorial em sua homenagem

Com informações: Agecom/UFSC, Fundação Catarinense de Cultura e Casa Militar de SC.

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