Igrejinha da UFSC, Teatro Carmen Fossari e Casa do Divino reabrem nesta sexta-feira, 22 de novembro
O conjunto arquitetônico histórico-cultural da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), formado pela Igrejinha, o Teatro Carmen Fossari e a Casa do Divino, será reaberto ao público nesta sexta-feira, dia 22 de novembro, às 18h, em evento na Igrejinha. Após passar por obras de reforma e revitalização, o espaço, vinculado ao Departamento Artístico Cultural (DAC) e à Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (SeCArtE), celebra a preservação de seu patrimônio histórico.
“Este momento não representa apenas o término de uma reforma física, mas simboliza o renascimento de um espaço essencial para a cultura e a arte em Florianópolis”, destaca Oto Bezerra, coordenador do DAC. Segundo ele, as obras não apenas trazem conforto e segurança, mas também resgatam a história do conjunto, que integra o patrimônio cultural da região da Trindade.
Para a professora Eliane Debus, secretária de Cultura, Arte e Esporte, o retorno às atividades nesta semana representa um momento importante para as iniciativas artítisco-culturais e para a relação entre a Universidade e a comunidade. “A reabertura do conjunto arquitetônico do DAC é, por certo, momento de celebrar a vivificação de um equipamento cultural importante para o diálogo entre a comunidade interna e externa à UFSC, possibilitando o esgarçamento da produção, circulação e recepção de ações artístico-culturais. Espaço mobilizador de cultura e arte, seja na sua representação arquitetônica como Patrimônio Cultural, seja na sua dimensão simbólica de pluralizar as diferentes práticas artísticas, seja a sua dimensão social de produzir e possibilitar o acesso aos bens culturais”, disse Eliane.
A programação de reabertura contará com apresentações do Coral e da Banda Nós por Nós, do Colégio de Aplicação, às 18h, na Igrejinha. Às 18h30, acontece uma solenidade com pronunciamentos de autoridades, seguida, às 19h, de um encerramento com o Coral da UFSC. O evento segue no Teatro Carmen Fossari, às 20h, com uma apresentação da Companhia de Dança da UFSC.
A reforma
As reformas, iniciadas em 18 de março, compreenderam a pintura externa da Igrejinha, do Teatro e da Casa do Divino, além da revitalização do anexo da Igrejinha (antiga sacristia), que recebeu novos sanitários e modificações internas. Para evitar goteiras, foi instalada uma manta de proteção sob o telhado. O Departamento de Projetos de Arquitetura e Engenharia da UFSC (DPAE) elaborou e supervisionou o projeto.
No Teatro Carmen Fossari, a obra incluiu a realocação dos aparelhos de ar-condicionado, pintura das fachadas e instalação de manta térmica. Já na Casa do Divino, os pisos cerâmicos danificados foram substituídos, e algumas salas receberam nova pintura interna, conforme explicou Diego Custódio, do Departamento de Fiscalização de Obras (DFO).
As melhorias no entorno do conjunto garantiram maior qualidade ao espaço, com a padronização dos acessos, calçadas, áreas de estar e iluminação externa. A pavimentação e os acessos também foram adaptados às normas de acessibilidade, assim como a calçada da rua Desembargador Vitor Lima, até a entrada do campus pela rua Lauro Linhares, foi ajustada com base no manual Calçada Certa, da Prefeitura de Florianópolis.
O projeto buscou resgatar as cores originais – amarelo e azul – na pintura interna e na fachada, explica Igor Lombardi, responsável do DPAE pela reforma. Na primeira etapa, houve o restauro do mural Humanidade, do artista Hassis, além da recuperação completa do interior e exterior da Igrejinha. Na fase final, o objetivo foi reforçar a integração do conjunto. “A nossa preocupação foi atender minuciosamente às questões de acessibilidade, garantindo conforto para que todas as pessoas possam usufruir dos espaços”, afirma Igor.
“Esta reforma não é apenas uma atualização física, mas um resgate histórico e um convite à comunidade para viver a arte e a cultura de forma mais inclusiva”, afirma Oto Bezerra, coordenador do DAC. Ele destaca que o projeto foi viabilizado por uma emenda parlamentar do senador Esperidião Amin.
Uso da igrejinha
A Igrejinha permanece como um centro cultural utilizado pela comunidade acadêmica e moradores, principalmente para eventos musicais, aproveitando sua acústica peculiar. O espaço também continua a receber reuniões e exposições. Desde sua última reforma, ela tem sido palco de dois projetos da UFSC: o Igrejinha Musical e o Livro na Praça, realizado em conjunto com a Editora da UFSC.
Construída em 1853, o prédio foi modificado no século seguinte com a adição da torre na parte frontal. A Igrejinha foi adquirida pela Universidade no final dos anos 1970, que destinou o conjunto para as artes: a igreja para o Coral da UFSC, a Casa do Divino para cursos de artes plásticas e o Salão Paroquial para o Teatro da UFSC. A Igrejinha é um patrimônio cultural de Florianópolis e é fiscalizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Texto: Mateus Mendonça | Estagiário da Agecom – UFSC
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