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Exposição | ‘Sonhar o rio: do direito à luta pela paisagem’ @Rua Engenheiro Agrônomo Andrei Cristian Ferreira, s/n, Trindade
set 24@7:00 – dez 12@19:00

O Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal de Santa Catarina (MArquE/UFSC) inaugurou no dia 24 de setembro, a exposição Sonhar o rio: do direito à luta pela paisagem. A mostra, que segue até 12 de dezembro de 2025, reúne obras de 15 artistas latino-americanos que discutem a crise hídrica e a destruição dos rios amazônicos. A exposição fez parte da décima edição do Experimenta: Rufar os tambores: O samba vai passar.

Com curadoria de Gabriel Bicho e produção de Erika Artmann e realização da Sala Verde UFSC, a exposição é resultado das ações do projeto Muluca (Mundo-Lugar-Casa), criado em Porto Velho (RO) em 2024. A iniciativa nasceu a partir da seca histórica que atingiu a Amazônia em 2023, impactando fauna, flora e o cotidiano das populações ribeirinhas.

>> Sobre as obras:

As obras, em formatos de textos, colagens, fotografias e ilustrações digitais, já ocuparam ruas de diferentes cidades brasileiras no formato lambe-lambe, entre elas Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC)Porto Velho (RO) e Pacatuba (CE).

O objetivo foi provocar reflexões locais sobre a relação com os rios e suas memórias, conectando-as à luta pela preservação das águas amazônicas. “Nossos rios, como a literatura indígena mostra e o próprio Ailton Krenak diz, são hiper interligados. Em algum momento, os rios da Amazônia se conectam com os rios do Sul e do Nordeste. Temos essa grande teia que corta o país inteiro”, explica o curador.

>> Sobre a exposição:

rios nascem para escrever a história de nossas vidas com a gente; entre córregos, riachos, cabeceiras, afluentes e cachoeiras, crescem os rios, carregando os percursos da humanidade; produzindo, trazendo e levando comida, alimentando os apapaatai [tradução de bichos para o povo wauja do alto xingu] da floresta; o limite do rio é o limite da nossa consciência; rios são mundos, rios são museus a céu aberto, rios são como papéis rabiscados por voadeiras, barcos e canoas; são eles que vezinquando transbordam, precisam revisitar seu habitat natural, e afogam-se em suas próprias epistemes; não podemos trocar os rios, seres sagrados não podem ser substituídos; há uma imagem no imaginário do mundo sobre a amazônia, dentro dessa imagem correm os rios, abundantes, fortes, hora barrentos, hora cristalinos, pulsantes como veias inflamadas dentro de um corpo doente; rios incansáveis, que negam sua própria secura para continuar seguindo seus rumos […] sonhadores de si,

No MArquE/UFSC, a exposição marca a primeira vez em que o projeto ocupa um museu universitário. “O museu cedeu o espaço, e a Sala Verde/UFSC ofereceu os recursos que possibilitam a realização desta mostra, que traz à tona as inquietações dos artistas envolvidos”, destaca Bicho.

Participam da coletiva os artistas Ana Sabiá (SC), João Ferré (GO), Soph Divina (SP), Maria Tereza (ES), Jinnie Anne Pak (SP), Rick Rodrigues (ES), Amanara Brandão Lube (RO), Ederson Lauri (RO), Thalyta Alvaroz (CE), Kali (RO), Roma Brito (PA), Isabela Sá Roriz (RJ), Josiel Juruna (PA), Clara Nogueira (AM) e Daris Rubio (México).

Com mais de 60 anos de história, o MArquE/UFSC é reconhecido por seus acervos etnográficos, arqueológicos e de cultura popular, além de integrar extensão, pesquisa e ensino. Já o projeto Muluca busca investigar formas de musealidade a partir do cotidiano e da diversidade de corpos e territórios, ampliando narrativas sobre o norte do país.

Para mais informações, acesse o Instagram do projeto Muluca e o Instagram do MArquE.

>> Sobre o serviço:

O quê: exposição Sonhar o rio: do direito à luta pela paisagem
Quando: De 24/12/2025 à 12/12/2025 | de terça-feira à sexta-feira | das 7h às 19h (entrada até 18h30)
Onde: Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE) — Rua Engenheiro Agrônomo Andrei Cristian Ferreira, s/n, Trindade | UFSC – Florianópolis
Quanto: Entrada gratuita
Classificação: Livre
Informações: Instagram do projeto Muluca | Instagram do MArquE