Abril Indígena: visibilidade, cultura e identidade

19/04/2024 17:20

Dia 19 de abril, é o Dia dos Povos Indígenas no Brasil. Indígena quer dizer originário, nativo, natural do lugar onde vive, quem está ali antes dos outros. Abril indígena reanima o poder e a necessidade de mobilização. A mudança de nome – antes a data se chamava “ dia do índio “ – visa destacar a diversidade dos povos indígenas, sua participação e contribuição para a sociedade brasileira. Também tem o propósito de reconhecer os direitos desses povos e fortalecer suas identidades, línguas e modos de vida, contribuindo para a superação de visões estigmatizadas e individualizantes que o termo “índio” carrega.

 

A figura folclórica do imaginário social brasileiro dá lugar às histórias de indígenas reais, quebrando estereótipos e mostrando á sociedade que podem ocupar qualquer espaço; a política, as universidades, a saúde e muitos outros espaços historicamente negados aos povos originários deste País. São comunidades que guardam com orgulho suas manifestações culturais e tradições milenares e que lutam pelos seus territórios, costumes e tradições.

Estudantes Indígenas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) compõe a delegação somando 40 estudantes que irá até Brasília para a mobilização “ Acampamento Terra Livre” que acontecerá entre os dias 22 ás 26 de abril de 2024. Dentre as pautas que são reivindicadas pelo movimento indígena, encontram-se: projeto de moradia para estudantes indígenas universitários, que está em construção desde 2017 pelo Departamento de Projetos de Arquitetura e Engenharia (DPAE) da UFSC, com orientação dos estudantes de acordo com suas necessidades; abertura da bolsa permanência especial para estudante indígenas, que disponibiliza auxílio financeiro para despesas básicas”. Além disso, abertura da bolsa permanência do Ministério da Educação (MEC) portaria MEC Nº 1.999, DE 10 DE NOVEMBRO DE 2023. _

Estudante comemora mudança no nome da data – “ Através Do Ministério dos Povos Indígenas, a gente conseguiu, finalmente, derrubar essa palavra que é muito cheia de estereótipos “índio” e colocar “ Dia dos povos Indígenas”. Estamos realizando ações e atividades neste abril Indígena, sendo um movimento que nós estudantes indígenas estamos fazendo desde 2016 na UFSC, onde a intenção é dar visibilidade para os povos, para a diversidade, mostrar que nós existimos e que nós estamos aqui, que nós temos nossa própria cultura, nossa cultura é rica, é diversa. Nós falamos nossas línguas tradicionais. Nós usamos nossos objetos sagrados. O meu cocar é sagrado. O meu maracá é sagrado. As nossas cestarias… todos esses elementos trazem uma visão de uma cosmovisão do que representa cada povo”.  – Afirmou Laura Parintintin, estudante indígena do curso de Ciências Sociais – UFSC.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFS) conta com 230 estudantes indígenas, aproximadamente. Para além dos povos da Grande Florianópolis, Xokleng, Kaingang e Guarani, existem povos de outras regiões com representatividade em outros campi (Curitibanos e Araranguá): Parintintin, Baré, Ticuna, Macuxi, Satere-Mawe, Wapichana, Xacriabá, Terena, Krenak, Yawalapiti, Pataxó, Aticum, Pankara, Pankararu, Guajajara, “Além disso, a UFSC recebe, em intercâmbio, no curso de Biologia, estudante do povo Anishinaabe – Estados Unidos.

A invisibilidade que impacta os povos indígenas diretamente é fruto do racismo, da desigualdade e de uma democracia de baixa representatividade, colocando comunidades e povos na triste paisagem das sub-representações e subnotificações sociais do nosso país.

Acompanhe na página: @movimentomalocaufsc

 O quê: Abril Indígena
Quando: 19/04/2024

 

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