No palco da palavra, Carmen Fossari lança Heresia
Depois de mais de 30 anos de dramaturgia, foi paradoxalmente a Internet que em doses homeopáticas motivou a publicação dos poemas que Carmen Fossari, diretora do Teatro da UFSC, reúne agora em seu primeiro livro de poesia. Atriz e dramaturga, Carmen começou a escrever em seus próprios blogs. À medida que recebia incentivo e retorno dos leitores, passou a publicar poemas em outros blogs e em outros meios eletrônicos no Brasil e no exterior. Dessa forma fluida e dialogada foi dando pequenas asas para que as palavras em versos livres ganhassem a edição de Heresia, livro que ela lança na sexta-feira, 8 de julho, às 19 horas na Livraria Saraiva Mega Store do Shopping Iguatemi.
Em Heresia há uma gama diversificada de temas e formas do poema, que vão dos breves (“Breviário”), brevíssimos (“Ovais”), sequenciais (“Lunares” – as sete luas), extensos (“Animal Homem”, “Frida Khalo”), de recordações da infância (“Junho”, “Dia de Chuva”, “O Beija Flor” e “A Cigarra”), divertidos (“Um dia, o dia sonhou ser noite”), os amorosos (“Amorosidades”), o saboroso (“Pastéis de Belém”), o desamoroso (“Volver”), os indignados (“Liberty and Fire”, “In d(i) o”) e os ecológicos (“A Terra”, um “Planeta”), entre outros.
Publicado pela Editora Delicatta, de São Paulo, sob coordenação de Luíza Moreira, o livro foi prefaciado pelo poeta português João Marques Jacinto, autor de Recantos da lua. A diretora do Grupo Pesquisa Teatro Novo explica que sempre escreveu e sempre esteve próxima da poesia em seu trabalho dramatúrgico. Do seu enamoramento pelos versos, muitos poetas, como Pablo Neruda, García Lorca, Alcides Buss, Lindolf Bel, Cecília Meirelles, Drummond, Leminski e Cruz e Sousa, tiveram suas obras levadas ao palco pelas mãos da diretora. “O que esteve até então ausente nesse longo período foi a vontade de publicar”, explica. “Mas em paralelo à direção e atuação teatral me acompanha o ato de escrever poesias em versos livres, creio que motivada pelos versos de Bandeira: ´Aquilo que sentes… ainda não é poesia é matéria da poesia`”.
E por que o nome Heresia? “Penso que o nome é um apelo, quem sabe um tributo à liberdade do pensamento em uma sociedade e em um mundo onde cada dia mais as pessoas se repartem em guetos estéticos e religiosos”. Essa guetificação, diz ela, faz com que se perca a grande aventura de descobrir no outro a beleza da diferença e do pensamento diverso”.
Heresia:
Editora Delicatta – coordenação de Luiza Moreira, São Paulo, 2011, 80 páginas.
Poemas de Carmen Fossari,
Diagramação de Ana Ribeiro
Design da capa da artista Adriele de Jesus Vicente
Raquel Wandelli (37219459 e 991105240
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