Secretaria de Cultura, Arte e Esporte | SeCArtE

Duas pensadoras e pesquisadoras que têm suas vidas e trajetórias ligadas à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em departamentos distintos, estão juntas numa ação legitimada pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – 2019, o Múltipla Dança – Festival Internacional de Dança Contemporânea, que promove nos dias 9, 10 e 11 de março, às 20h, três encontros de reflexão para marcar o lançamento do e-book “Múltipla Dança Festival Internacional de Dança Contemporânea – 10 Anos em Encontros”.

Vera Torres (Foto: Pedro Alípio)

Ida Mara Freire (Foto: Silvana Macedo)

Doutora em estética, ciências e tecnologia das artes: teatro e dança pela Universidade Paris 8 e outras titulações importantes, Vera Torres foi professora do CDS/UFSC entre 1997 e 2019, ano em que se aposentou. Coordenou entre 2013 e 2018 o ciclo de palestras e debates Café com Dança (CDS, SeCArte/UFSC) e, entre 2011 e 2020, integrou a equipe de curadoria e coordenação da Semana da Dança UFSC. Em 2019 idealizou e lançou o acervo digital Midiateca de Dança, juntamente com as artistas e pesquisadoras Sandra Meyer e Jussara Xavier.

Ida Mara Freire, professora associada aposentada do CED/ UFSC, pesquisadora e crítica de dança, escreve e atua no projeto Jornadas Criativas, no qual encoraja pessoas a dançarem suas histórias. É autora de artigos para revistas nacionais e internacionais e uma dos 20 autores do e-book. Em seu texto – “Algumas Letras do Alfabeto do Múltipla Dança” – retoma os próprios textos críticos, tece lembranças e constrói uma rica memória na qual sobressaem inúmeros entrelaçamentos produzidos pela dança.

Realizados de modo virtual, cada encontro terá duração de uma hora e meia e contará com a presença de dois autores.

Ida Mara Freire é a convidada do primeiro dia, cujo tema “Dança, Política e Educação” também envolve a jornalista Néri Pedroso; no segundo dia, a abordagem “Teoria, Crítica e História da Dança” será defendida pelas pesquisadoras e professoras Sandra Meyer e Vera Torres e, por fim, “Dança – Centro e Periferia, Criação e Pesquisa, Inclusão e Gestão” reúne as professoras Lilian Vilela e Marta Cesar.

Com 15 minutos de fala para cada uma das convidadas, o encontro privilegia a conversa. O tema e as apresentações servem apenas como dispositivo para uma discussão participativa. Os encontros serão mediados pela professora e pesquisadora Jussara Xavier que, ao lado de Marta Cesar, dirige e faz a curadoria do Múltipla Dança, festival realizado desde 2006. Sem caráter competitivo, o evento se diferencia pelo desejo de encontro, reflexão e produção de conhecimento sobre dança contemporânea, caráter evidenciado em cada um dos 20 artigos do e-book e em cada uma das dez edições do festival. A próxima, o 11º Múltipla Dança, entre 24 e 30 de maio, será realizada totalmente virtual com recursos garantidos pelo Edital Elisabete Anderle 2020.

Conexões e memórias

O livro reúne 20 textos que analisam a iniciativa criada em 2006 como seminário e que se desdobrou ao longo de dez edições com a oferta de espetáculos, oficinas, palestras, diálogos, mostra de videodança, conferências, ensaios abertos, exercícios de escrita crítica e performances. Por sua importância, está no calendário de Florianópolis e do Sul do Brasil como um dos mais importantes festivais de dança.

Os escritores convidados são artistas, professores, críticos e pesquisadores – profissionais conectados à dança que participaram, pelo menos, de uma edição do festival. Os textos refletem sobre o próprio Múltipla e seu contexto, registram memórias, pensamentos e conhecimento no campo da crítica, comunicação, criação, história, pesquisa, inclusão, gestão e política da dança. Entre os autores, dez são de Santa Catarina (Ana Alonso, Ana Luiza Ciscato, Andréa Scansani, Cristiano Prim, Ida Mara Freire, Jussara Xavier, Marta Cesar, Néri Pedroso, Sandra Meyer e Vera Torres), dois de Minas Gerais (Thembi Rosa e Vanilton Lakka), dois do Paraná (Marila Velloso e Manoel Souza), um do Rio de Janeiro (Cláudia Müller), três de São Paulo (Inês Bogéa, Isabel Marques e Lilian Vilela), um do Rio Grande do Sul (Rui Moreira) e um do México (Olga Gutiérrez).

Múltipla Dança

Criado em 2006 como seminário, mais tarde denominado como festival, Múltipla Dança ocorre anualmente durante uma semana do mês de maio, em diferentes espaços culturais de Florianópolis (SC). Trata-se de um programa de ações dedicado a promover a criação e difusão da dança e arte contemporânea, tecido na articulação de artistas profissionais, convidados e público. A programação prevê a oferta de espetáculos, oficinas, palestras, diálogos, mostra de videodança, conferências, ensaios abertos, exercícios de escrita crítica e intervenção urbana. De âmbito internacional, o encontro firma-se no calendário cultural da cidade, e detém, inclusive, o Prêmio Cultura 2008, concedido pela Prefeitura de Florianópolis e Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes para projetos de destaque na área cultural. A cuidadosa curadoria e a vinda de convidados do cenário nacional e internacional asseguram a projeção do evento, reconhecido no contexto da dança contemporânea profissional de Santa Catarina e brasileira, fato atestado em significativas matérias publicadas na imprensa.

As dez edições realizadas em 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2014, 2015, 2016 e 2017. A descontinuidade (2010-14 e 2017-21) está essencialmente relacionada à falta de apoios e financiamentos. Além disto, um imprevisto fragiliza os planos de continuidade do evento: a precoce morte da administradora e produtora Neiva Ortega (1951-2018), também integrante da equipe de articuladoras do Múltipla Dança, composta por Jussara Xavier, Marta Cesar, Néri Pedroso e Paula Albuquerque.

Serviço:

O quê: lançamento do e-book “Múltipla Dança Festival Internacional de Dança Contemporânea – 10 Anos em Encontros”
Quando: 09, 10 e 11/03/2021 | 20h
Onde: facebook.com/festivalmultipladanca
Quanto: gratuito

Saiba mais:

multipladanca.art.br | facebook.com/festivalmultipladanca | instagram.com/festivalmultipladanca

Texto: jornalista Néri Pedroso