Café Philo da próxima quarta põe em xeque o sistema de ensino
No próximo Café Philo as idéias de Pierre Bourdieu sobre os mecanismos de reprodução da desigualdade social e do elitismo nos sistemas de ensino dos países capitalistas estarão em debate. Os estudos do pensador sobre o chamado “campo intelectual” serão apresentados e discutidos pelo professor de história da Udesc Norberto Dallabrida. A palestra, seguida de debate, acontece nesta quarta feira, 2 de maio, às 19h na sede da Aliança Francesa. Esta é a 39ª edição do Café Philo, que é gratuito e aberto ao público.
O projeto Café Philo ocorre quinzenalmente, às quartas-feiras, sempre com a apresentação de um intelectual da atualidade abordando obras de pensadores franceses clássicos ou contemporâneos. “O objetivo é reunir a comunidade para discutir temas que tocam a experiência de viver juntos em uma mesma cidade”, explica o idealizador do evento, Pedro de Souza, professor da Pós-Graduação em Literatura da UFSC, que coordena o evento ao lado do professor Rogério Luiz de Souza. Os temas podem ser de ordem filosófica, política, religiosa, literária, entre outros.
O pensador
Pierre Félix Bourdieu (Denguin – França 1 de agosto de 1930 — Paris – França, 23 de janeiro de 2002) foi um sociólogo francês que desenvolveu uma espécie de sociologia autocrítica, que reflete sobre as contradições e perversidades do próprio campo intelectual e acadêmico ao qual ele pertenceu. Os estudos de Bourdieu abordam questões de dominação do ponto de vista antropológico e sociológico pelas diversas estruturas de ensino. Suas contribuições alcançam as mais variadas áreas do conhecimento humano, discutindo estruturas de poder implicadas na educação, cultura, literatura, arte, mídia, lingüística e política.
No ano passado a Editora da UFSC lançou Homo Academicus, livro que questiona profundamente o poder classificatório e autorregulador dos intelectuais. É considerado por especialistas a obra-prima de Bourdieu. Outras importantes obras são: O Poder Simbólico (1992) e As Estruturas Sociais da Economia (2001). Seu primeiro livro, Sociologia da Argélia (1958), discute a organização social da sociedade cabila, e em particular, como o sistema colonial interferiu naquela sociedade, em suas cultura e estruturas sociais.
Nas próximas edições do Café Philo estão previstas conferências sobre Foucault, Emmanuel Levinas e Henri Bergson. Em edições anteriores foram discutidas as ideias de autores como Paul Ricoeur, Blanchot, Rousseau, Deleuze, Felix Guattari, Albert Camus, Derrida, entre outros. O ciclo é realizado em parceria entre a UFSC e a Aliança Francesa, organizado pelos professores Pedro de Souza (Literatura e Linguística) e Rogério Luiz de Souza (História), com apoio na divulgação da Secretaria de Cultura e Arte.
SERVIÇO:
O que: 39º Café Phillo
Quando: 02 de maio, às 19h
Onde: Sede da Aliança Francesa, Rua Visconde de Ouro Preto, 282 – Centro – Florianópolis/SC
Quanto: Gratuito, aberto ao público.
Próximas edições do Café Philo:
16 de maio – palestrante Kléber Prado Filho – tema: Foucault
30 de maio – palestrante Wladimir Antônio da Costa Garcia – tema: Emmanuel Levinas
13 de junho – palestrante Marcos Montysuma – tema: Henri Bergson e a questão da memória
Matheus Moreira Moraes
Estagiário de Jornalismo da SeCArte/UFSC
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Informações para o público:
Pedro de Souza