Semana Ousada: O invisível também se deixa fotografar

25/11/2011 18:09


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Não há inquietação maior do que aprender a dúvida, resistir ao senso comum e, mais, fotografar o que não existe. Foi com essa sugestão de objeção e não-resposta que o fotógrafo Danísio Silva com a oficina “Fotografando o In-visível a partir da Realidade?” se propôs a ensinar na 4ª Semana Ousada de Artes UFSC/Udesc.

“Buscar a dúvida e não a certeza”, Danísio resumiu a oficina dessa maneira. E haja dúvida. Inscreveram-se 41 pessoas para as dez vagas. Fato que surpreendeu o fotógrafo e o fez confirmar o que havia pensado. “As pessoas procuram a dúvida”. Uma oficina que incita observar o que não existe e procura construir a visão particular da realidade de cada participante através da foto. “A oficina é a criação da dúvida através da imagem. Ela só traz dúvida. A dúvida que faz a gente caminhar”, comentou.

Trazer o rompimento do mundo da imagem e questioná-la a partir da realidade e visão de cada um. Os participantes aprenderam a observar o que não é definitivo – o que não existe. Como exercício prático para essa concepção, foram produzidas fotos a partir do conceito da Fotografia Efêmera – foto que existe no exato momento do flash. Em cima de uma mesa foi colocado um incenso aceso, com a sala escura e um jogo de flash, os participantes tiraram fotos da fumaça que era produzida e criaram uma foto única que não poderia ser repetida.

Com a câmera em mãos, os alunos da oficina dançaram conforme o movimento da fumaça, que naquele momento, era a maior representação do invisível. A imagem que muda em relação ao tempo e que existe nos olhos, momento e desequilíbrio da realidade ou não-realidade. Enquanto interagiam com a máquina, o flash e a fumaça, os alunos eram provocados por Danísio, a cada incentivo de “começar a entrar na foto e criar uma relação íntima com a fotografia”.

Perguntado, quase ingenuamente, como era possível observar o invisível, Danísio definiu: “Todo mundo vê, mas não enxerga o invisível.” Prosseguiu ainda, ao decifrar o que muitos chamaram de loucura: “É a loucura, institucionalizada ou não”.

Após a conclusão da oficina nesta sexta-feira, dia 25, será organizada uma exposição com as fotos produzidas pelos participantes no decorrer da Semana Ousada de Artes. A ideia é que alunos do Curso de Filosofia da UFSC participem da exposição para interagir com a concepção de fotografia invisível, com conceitos filosóficos da imagem.

Por Ricardo Pessetti / Bolsista de Jornalismo da Agecom

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Raquel Wandelli

Jornalista da UFSC na SeCArte

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