Cineclube Rogério Sganzerla apresenta sessão dupla nesta terça-feira, 23/04

22/04/2019 14:14

O Cineclube Rogério Sganzerla exibirá, nesta terça-feira, 23 de abril, às 19h, sessão dupla com os filmes  “A Negra de…” e “Campo Thiaroye” de Ousmane Sembène. O evento dá continuidade a Mostra de Cinema Africano. A sessão é na sala de Projeção do Centro de Comunicação e Expressão (CCE/UFSC), localizada no 1º andar do Bloco D – Sala 211. A entrada é gratuita e aberta para toda a comunidade.

Mostra Cinema Africano

O cinema africano se desenvolve em condições diferentes do que o que acontece na América e na Europa. Não foi controlado por africanos até 1960, quando cineastas começaram a ter certa independência e fazer os próprios filmes em seus países de origem. Porém, assim como a independência política de países africanos negros não veio com uma independência econômica e política, também a produção de filmes apesar de sob o controle de africanos imitou esse padrão de desenvolvimento.

O dilema imposto pelo colonialismo, passado e presente, impediu de diversas formas a emergência de um cinema nacional real, capaz de falar para e a partir de africanos, e na maior parte dos países a mídia audiovisual se torna um dispositivo para consolidação do poder, ao invés de ser um braço integral da infraestrutura econômica e sociopolítica.

No entanto, existem trabalhos de cineastas independentes que fogem desse padrão, que dão significado e propósito a linguagem cinematográfica africana, e de fato a cunham a partir da experimentação e de processos revolucionários. Cineastas preocupados em perpetuar uma imagem mais realista e honesta de África, contrapondo-se a expressões artísticas e ideológicas colonialistas do meio cinematográfico dominante.

O novo cinema negro africano se preocupa com o papel que o filme pode ter em construir a sociedade africana. O interesse, a participação e a colaboração das pessoas deve ser assegurada, estimulada e mantida. Os conflitos relativos às complexidades da subordinação econômica, política e psicológica à qual estão expostos estes realizadores transparecem em tela, e apesar de qualquer limitação e falta de recursos, o cinema africano não sucumbiu ao fracasso, muito pelo contrário: desenvolve tais complexidades rumo a um cinema verdadeiramente revolucionário.

Essa mostra não possui a pretensão de transparecer e explorar todas as visões presentes em uma produção tão rica e diversa, mas apresentar uma introdução a alguns dos cinemas possíveis a partir de uma visão anti colonial e africana.

Sinopses

A negra de… (1966)
A senegalesa Diouana (Mbissine Thérèse Diop) vai para a França em busca de uma vida melhor. e acaba aceitando trabalhar como babá na casa de uma família. Mas, aos poucos, ela vai se tornando uma empregada doméstica, o que faz com que ela precise repensar toda a sua vida.

Campo Thiaroye (1988)
No Senegal, em 1944, um batalhão de atiradores chega ao campo de trânsito de Thiaroye para ser desmobilizado. Eles voltam da Europa onde combateram contra os alemães para libertar a metrópole.

O orgulho de velhos combatentes é rapidamente substituído pela desilusão perante as promessas não cumpridas em relação às suas economias, além das humilhações e do racismo da hierarquia militar.

Baseado em fatos reais, o filme venceu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza.

Serviço:

O quê: sessão dupla “A Negra de…” e “Campo Thiaroye” de Ousmane Sembène
Onde: Sala de Projeção do CCE (Primeiro andar do Bloco D – Sala 211).
Quando: terça-feira – 23/0419h
Informações: Evento no Facebook
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